Antonin Artaud e o Teatro Selvagem

Artaud hoje é para a pesquisa do Teatro Selvagem uma grande referência, a força de um grito, a exposição de um órgão diante a plateia, todos os interpretes precisam de Artaud, não se pode mais fazer teatro sem Artaud hoje, ele redimensionou toda a psiquiatria que ainda não absorveu toda sua contribuição, com Artaud podemos ser loucos sem ser medicados. Ele deixou um texto guia de seu método “O Atletismo Afetivo”, neste texto ele propõe uma respiração para o interprete, ou seja, ele é a base da pesquisa. Artaud também nos ensina o seu teatro de protesto, sua imprecação, ele é a pedra de toque, para um teatro de resistência e agressão à sociedade que nos degola sem dó!

A maioria da classe artística hoje visualiza apenas seus próprios interesses, vejo a minha volta meus colegas lutando para serem aceitos, a maioria se enquadrando para o mercado, nenhum interesse pelos movimentos populares, poucos são os que levantam bandeira de alguma causa. Os atores são explorados e muitas vezes se submetem para poder trabalhar em algum projeto, infelizmente vivemos o mesmo cancro que hoje o Brasil vive, o artista poderia ser a vetor para transformação do nosso país, mas infelizmente ele ainda é um alienado que bate cabeça para as culturas externas, para as grandes mídias, veja o jornalismo de cultura, veja as críticas cada vez mais entretenimento e menos opinião jornalística de fato, o descarte em prol da celebrização é o que mais tem distorcido a comunicação entre artista e opinião pública. O meu papel é dar voz ao fracassado, àquele que não conseguiu, que errou, que sofre com a violência financeira, que não consegue se medicar, que não se encaixa, o Teatro Selvagem exibe o rasgo, o nervo exposto, em revolta contra o homem e o que ele criou.

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